sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro de 1973

Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.

2 comentários:

Helena Romão disse...

João, este seria exactamente o post que eu ia escrever sobre o dia de hoje. Por isso, em vez de copiar, postei o link.

Miguel Rocha disse...

Através da obra de Tim Weiner, "História da CIA-Um legado de cinzas" descobri alguns factos interessantes.

A CIA começou a preparar este golpe de Estado três anos antes do dito. E isto aconteceu porque nas eleições de 1970 não conseguiram influenciar, através de altas somas de dinheiro, o sentido dos votos que elegeram Salvador Allende como presidente.

"Segundo a lei chilena, o Congresso tinha de ratificar o resultado e confirmar a maioria relativa de Allende até 50 dias após as eleições. Tratava-se de uma formalidade puramente legal.". Nestes 50 dias, o plano da CIA consistia em duas vias: Via 1: " consistia em acções políticas, pressão económica, propaganda e acção diplomática. Tinha o objectivo de comprar votos suficientes no Senado chileno para bloquear a confirmação de Allende. Se o objectivo não fosse alcançado, o embaixador Korry (embaixador americano no Chile) planeava convencer o presidente Frei (antigo presidente do Chile) a criar um golpe constitucional." Se tudo isto não resultasse, "Os Estados Unidos condenariam o Chile e os chilenos à extrema privação e pobreza, obrigando Allende a adoptar as caracetrísticas duras de um Estado policial e provocando uma revolta popular". A via 2 consistia num golpe militar.

Portanto, Allende não teve hipóteses desde que o presidente Nixon ordenou ao director da CIA:

"Talvez uma hipótese em 10 mas salve o Chile...
10 milhões de dólares disponíveis...
os nossos melhores homens...
Faça a economia gritar..."

Aliás, a CIA tinha como cúmplice um dos homens mais poderosos do Chile, Agustín Edwards, que "era proprietário da maioria das minas de cobre do país, de um grande jornal, El Mercurio e de uma fábrica de engarrafamento de Pepsi-cola". Curiosamente, pouco antes da ordem de Nixon para o director da CIA que transcrevi acima, Edwards encontrou-se nos E.U.A. com "Donald Kendall, presidente executivo da Pepsi e um dos principais apoiantes financeiros do presidente Nixon".

No entanto, como a propaganda anti-Allende nos jornais e demais não resultou (apesar dos 23 jornalistas a soldo que tentavam manipular a opinião pública internacional e que forjaram uma explosiva historia anti-Allente que entrou na capa da Time) e o comandante militar chileno, general Schneider era fiel à constituição ( e acabou por pagar por isso pois foi abatido a tiro), Allende acabou mesmo por ser eleito pelo Congresso, Presidente do Chile.

Apesar destas duas vias não terem resultado no imediato, a CIA continuou a envidar esforços para que estas resultassem no longo prazo. E o resto é história...

Para finalizar gostaria de citar o que Kissinger disse numa reunião na Casa Branca já depois de Allende ter sido ratificado pelo Congresso e que iliba Allende de qualquer "radicalismo" na sua abordagem à política:

"Kissinger, no papel de advogado do Diabo, observou que o programa proposto pela CIA tinha o objectivo de apoiar os moderados. Como Allende se mostra um moderado, perguntou ele, porque não apoiar os extremistas?".